A Demissão do Chefe de Estado-Maior do Exército e o Reino da insanilândia. O Mundo Virado ao Contrário
Uma recente entrevista ao diretor e subdiretor do Colégio
Militar (CM) onde se refere a alegada existência de discriminação sexual na
escola que dirigem provocou uma onda de indignação. É difícil ficar indiferente
a essa onda de indignação pela insanidade que ela representa. Insanidade e não
só: desonestidade e má-fé.
Na sequência dessa entrevista o Ministro da Defesa Nacional
exigiu que o Exército explicasse a (alegada) discriminação no CM. Segundo
consta, terá mesmo exigido que o CEME demitisse imediatamente o subdiretor do
Colégio. E agora o BE quer ouvir o Exército sobre o assunto.
Serei dos
mais insuspeitos para falar sobre a matéria. Discordo – sempre discordei -
frontalmente do modelo de governação do CM. Aliás, sou dos poucos que diz que o
CM não é uma escola de elite. Já foi, há muitos anos. Já não é! Não é por
ministrar equitação que o CM é uma escola de elite. Um dos critérios para
distinguir o CM como escola de elite poderia ser por exemplo, a ordenação nos
exames nacionais do 12.ª ano. Se esse fosse o critério…é melhor mudar de
assunto.
E já
agora, tenho vários amigos(as) homossexuais, alguns(umas) com bastante visibilidade social, com os quais tenho mantenho relações de
amizade e profundo respeito ao longo dos anos. Escusado será dizer que nunca me fizeram assédio, nunca
me molestaram.
Mas
perante tanto oportunismo não posso deixar de vir a terreiro defender o CM e a
sua direção.
Que fique
bem claro na mente de todos. Não há qualquer discriminação no Colégio (racial,
étnica, religiosa, sexual ou de quaisquer outros critérios que se queiram
adicionar). Pura e simplesmente não há discriminação sexual no CM. Sei do que estou a falar. Tem é de
haver bom senso para perceber o que o subdiretor disse, e não deturpar
dolosamente as suas palavras para fins de promoção pessoal e bravatas abjetas,
pouco dignificadoras de quem as promove e divulga.
Parece que “um aluno…tentou
acarinhar outro aluno". Bem, a isto chama-se assédio, molestar
sexualmente, independentemente da idade. Parece que ninguém ficou incomodado
pelo assédio sexual feito por um aluno a outro. Pelos vistos não é repugnante. Não ouvi nenhum grito de repúdio!
Refere o subdiretor na
entrevista: "Os pais ainda quiseram que ele se mantivesse na escola mas a
partir daí perdeu espaço. Foi completamente excluído, o que num ambiente de
internato, 24 horas por dia, é extremamente pesado para o bem-estar e para o
equilíbrio de uma pessoa."
O subdiretor limitou-se a
constatar um facto. Disse a verdade. Não reflete nas suas palavras uma opinião pessoal, nenhum juízo
de valor sobre o assunto. Ou serei eu é que estou a ver mal? Eu é que sou o
preconceituado? Convém salientar que o aluno em causa (o molestador) foi excluído, mas pelos seus próprios colegas. Não foi
excluído pela escola, pela direção, pelo sistema. Foram os seus pares que o
excluíram.
Pergunto a quem ficou
incomodado com as palavas – deliberadamente mal interpretadas do subdiretor apenas
com o objetivo de chicana política - se gosta de ser assediado sexualmente.
Provavelmente gosta. Mas tem de respeitar o espaço e o direito de quem não
gosta, sobretudo se for praticado por alguém do mesmo sexo.
Por outro lado, temos que
reconhecer que a melhor decisão educativa é colocar filhos homossexuais em
internatos, esperando que eles possam livremente assediar sexualmente os
colegas sem consequências, sem reação dos assediados. Isto não tem a ver com a
escola, tem a ver com a sociedade e com a desatenção educativa dos papas e das
mamãs.
Não se pode confundir
discriminação sexual, algo profundamente desprezível, com a liberdade de cada
um: hétero ou homo. As opções sexuais de cada um não se podem sobrepor aos
direitos dos outros.
O que é verdadeiramente
incomodativo é o modo como o assunto foi ampliado e deturpado dando uma imagem enviesada
para não dizer oposta da política em vigor no CM. E foi essa a ideia que
prevaleceu. Com este pressuposto errado, o Ministro da Defesa terá exigido para além de explicações, a
demissão do subdiretor, o CEMGFA terá deixado cair os seus
subordinados e o CEME manda a toalha para o tapete e pede a demissão, a última
coisa a fazer colocando-se, assim, no lado fraco da coisa.
Ninguém deu uma para a
caixa. Nem os defensores dos direitos dos homossexuais. Não prestaram um bom
serviço à sua causa. Ainda não vale tudo.
Comentários
"Se se sabe a reação a uma situação, é porque ela já se verificou. Não aconteceu muitas vezes, assegura o Tenente Coronel António Grilo. “Lembro-me de uma. Um aluno tentou acarinhar outro aluno. Os pais ainda quiseram que ele se mantivesse na escola mas a partir daí perdeu o espaço. Foi completamente excluído, o que num ambiente de internato, 24 horas por dia, é extremamente pesado para o bem estar e para o equilíbrio de uma pessoa”.
Mas como é que a informação chegou à direção? “Passados 30 segundos, toda a gente sabia. O colégio parece um Big Brother. Tudo se sabe. A informação passa. Agora repare o que é um aluno numa situação crítica e complicada, e que deveria ter alguma salvaguarda de identidade… Passado uma hora, 600 sabem e 600 estão a comentar. É complicado“. O aluno acabou por sair da escola."
Também sou mãe de um aluno do CM e tenho tradição familiar quer no CM e no IO, não sou homofóbica, mas concordo com tudo o que foi escrito pelo Carlos.
Numa fase em que as crianças/jovens ainda se estão a afirmar, quer a nível psicológico, afetivo, etc. é normal que existam atitudes menos próprias e que estas sejam penalizadas pelos próprios colegas.
Não discordo da forma como o CM trata estas situações, pois é para o próprio bem do aluno que está a ser alvo.
Cada vez fico mais surpreendida (pela negativa), pela forma como as pessoas deturpam as situações e pela forma como opinam sem conhecimento de causa, tendo em conta os comentários que tenho lido por aí. O que é certo é que estas situações também acontecem nas escolas ditas "normais", nos colégios privados, e em qualquer estabelecimento de ensino, mas infelizmente como se trata do CM que deve ser mais um alvo a abater como foi o IO, a entrevista gerou uma polémica sem fundamento nenhum.
Defendo o CM da mesma forma que defendi o IO que foi a minha casa durante 8 anos e tenho muito orgulho na instituição.
Mais: quem sabe quantos homossexuais não haverá naquele colégio? Por acaso algum deles foi expulso? Não. Pela simples razão de que, se os há, não assediam nem incomodam ninguém.
A Direcção do CM apenas convida a sair alunos que provocam distúrbios que possam pôr em causa o são equilíbrio emocional dos colegas. Seja por assédio sexual, seja por agressões graves, seja por outra qualquer razão que ponha em causa o normal funcionamento de uma instituição com internato.
O Sub-Director do CM limitou-se a constatar factos. Houve realmente um caso há mais ou menos seis anos de um miúdo (10/11 anos!) que estava constantemente a assediar os seus colegas (também de 10/11 anos). Estes colegas ficaram horrorizados, porque nunca tal lhes tinha sequer passado pela cabeça. Naturalmente, falaram com os seus pais e com os graduados, que se viram na obrigação de reportar o sucedido à Direcção.
Perante a fragilidade do miúdo provocador, inocente, ingénuo, imaturo, com apenas 10/11 anos, que se sentia só e ostracizado pelos colegas, a Direcção achou por bem falar com os Pais e aconselhou-os a tirarem de lá o filho, para bem do seu desenvolvimento psicológico.
Isto não é sinónimo de homofobia por parte de ninguém! Todos eles aceitam a homossexualidade como fazendo parte a sociedade em que vivem. Mas todos eles têm o direito de se afastar de alguém que os incomoda, seja por assédio sexual, seja por agressão física ou psicológica, seja por outro motivo qualquer que interfira com o seu equilíbrio emocional/psicológico.
Os homossexuais, como qualquer outra pessoa, têm todo o direito de serem o que quiserem. Mas não têm o direito de restringir a liberdade dos outros em nome da sua natureza.
Se não fosse assim, e seguindo a mesma ordem de ideias, também os heterossexuais teriam todo o direito de assediar quem bem lhes aprouvesse, em nome da sua natureza!
Os edifícios de camaratas no CM são separados por géneros, precisamente para evitar provocações deste tipo. Ora, se as meninas não podem dormir ao lado dos meninos, para evitar comportamentos promíscuos, porque é que no caso de homossexuais esse problema não pode ser colocado?! Só porque falamos de homossexualidade, o tema badalado do momento?
Haja paciência para tanta hipocrisia!
Acontece que, sempre que alguém discorda da posição dos grupos gay, logo é apelidado de homofóbico. Esta malta ainda não quis entender que a liberdade de expressão abarca a minha determinação em discordar deles em igual medida da determinação deles afirmarem os seus disparates. E, assim, eu posso gritar que eles não têm razão e fazer o mesmo barulho que eles fazem quando pretendem condicionar o comportamento de todos e afirmar o seu "orgulho". Isto é direito de expressão nas democracias.
Isso não faz de mim homofóbico mas, pelo contrário e porque começo a estar farto dessa rapaziada, faz do comportamento desses gays tudo menos comportamento próprio das democracias.
Assim, penso que a bitola da sua democracia é vista pela bitola do olho debaixo.
Deixem o CM viver em Paz com os seus Valores e com o seu Código de Honra. Somos muitos os que gostamos e temos liberdade para escolher e defender estes valores e o CM. Entre Alunos, Ex-alunos, Oficiais, Pais, Associação de Pais, Associação de Antigos Alunos e todo o Corpo Docente do CM... Há muitos, mesmo, muito bons! Quem gosta actue, não cale, não faça silêncio pelo medo ou por não querer dar a cara. “O mais atroz das coisas más das pessoas más é o silêncio das pessoas boas.” - GANDHI
Deixem o CM viver em Paz com os seus Valores e com o seu Código de Honra. Somos muitos os que gostamos e temos liberdade para escolher e defender estes valores e o CM. Entre Alunos, Ex-alunos, Oficiais, Pais, Associação de Pais, Associação de Antigos Alunos e todo o Corpo Docente do CM... Há muitos, mesmo, muito bons! Quem gosta actue, não cale, não faça silêncio pelo medo ou por não querer dar a cara. “O mais atroz das coisas más das pessoas más é o silêncio das pessoas boas.” - GANDHI
É "proibido" rejeitar o determinismo das minorias. Vive-se a ditadura do socialmente correto. Os Governos devem apostar na Educação cívica para que os cidadãos saibam viver em liberdade, isto é, em conformidade com o código de valores constantes na Declaração Universal dos direitos do Homem.
Por isso devemos medir bem o que dizemos, porque neste caso coneçou a parecer uma coisa e acabou noutra oposta.
Lamento mas estou desapontado com a "crónica" que escreveu.